As operações da Trensurb serão retomadas nesta quinta-feira, nas 13 estações existentes entre a de Mathias Velho, em Canoas, e a de Novo Hamburgo, contemplando ainda a linha para a Unisinos. O anúncio foi feito pelo diretor-presidente Fernando Marroni, em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira.
Com intervalos de 30 minutos entre as composições, as viagens vão durar também 30 minutos, ante 12 minutos neste trecho em períodos normais, antes da enchente.
A operação ocorrerá diariamente das 8h às 18h. A previsão é de transportar 30 mil pessoas por dia, um quarto da média de 120 mil usuários. Sem possibilidade de cobrar a tarifa, em razão de o sistema de bilhetagem ter sido afetado pela enchente, o acesso às composições será gratuito. De acordo com Marroni, o governo estadual se comprometeu a garantir a segurança pública nas estações.
Marroni afirma haver recebido um crédito de R$ 168 milhões do Palácio do Planalto para o que chamou de “Operação Trilho Humanitário”. “O limite da Trensurb, a médio e curto prazo, é chegar à estação Farrapos”, disse, salientando que atender o Aeroporto Salgado Filho “é muito estratégico”. O acesso ao aeroporto demanda também a reativação do aeromóvel. Na avaliação de Marroni, a iniciativa será necessária para levar trabalhadores envolvidos com a reconstrução do terminal aéreo.
No momento, as estações Mercado, Rodoviária, São Pedro, Farrapos, Aeroporto, Anchieta, Niterói, Fátima e Canoas não serão reativadas. Está descartado, antes do final do ano, a retomada da linha entre o Mercado e a Farrapos, cujas estações devem passar por processo de limpeza, por questões sanitárias, e terem seus acessos lacrados a partir disso.
“As estações não são o problema. O problema é a linha férrea”, explicou. “Pela experiência que temos, teremos de trocar todo o leito, pois, transformado em lama, perde a sustentação”, complementou. Marroni desconsiderou a possibilidade imediata de erguer uma via elevada entre as estações Mercado e Farrapos, o que exigiria, nas previsões do diretor-presidente, de quatro a cinco anos de trabalho. Os recursos federais disponibilizados no momento são insuficientes para a recuperação do leito e das estações inundadas em Porto Alegre. Nesta quarta-feira, o acesso à estação Mercado, no centro da Capital, seguia completamente tomado pela água e por detritos.
Entre as dificuldades apontadas por Marroni para a reconstrução da linha em Porto Alegre estão desde o fornecimento de dormentes à compra de uma nova “máquina socadora”, fundamental para a atividade. A atual, de acordo com Marroni, foi danificada na catástrofe climática e não pode ser consertada.
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