Em Canoas, serão utilizadas unidades habitacionais cedidas pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur) - Foto: Rodrigo Ziebell/Ascom GVG
O governo do Estado formalizou na tarde desta quinta-feira (6/6) a instalação de cinco Centros Humanitários de Acolhimento (CHAs) em Porto Alegre e em Canoas. A finalidade dos espaços será receber pessoas que perderam suas casas e que estão atualmente em abrigos provisórios. A assinatura foi feita pelo vice-governador e coordenador do gabinete de crise, Gabriel Souza, e pelos prefeitos Sebastião Melo e Jairo Jorge, nos endereços dos respectivos municípios que receberão as primeiras unidades.
O documento prevê esforços conjuntos para a realização dos serviços necessários para instalação, manutenção e desmontagem dos CHAs, bem como a infraestrutura necessária para garantir a dignidade e a segurança para as pessoas que serão recebidas nos espaços. Os cinco espaços poderão abrigar até 3,7 mil pessoas. O custeio das estruturas e da gestão dos espaços, que será feita pela Agência da Organização das Nações Unidas para Migração (OIM), será financiado pelo Sistema Fecomércio/Sesc/Senac.
“Os CHAs são uma alternativa transitória e mais digna para os gaúchos que estão em abrigos provisórios aguardando as moradias definitivas anunciadas pelo governo federal. Além disso, são espaços que serão construídos com a parceria fundamental da Fecomércio, que vai financiar as estruturas, bem como a gestão dos locais por meio da OIM”, explicou o vice-governador.
Gabriel acrescentou que a Fecomércio está em processo de finalização da contratação da empresa que ficará responsável pelas construções. A previsão é que após a conclusão do processo, as fornecedoras concluam a instalação das estruturas em cerca de 20 dias. Nos dois atos de formalização dos CHAs, o vice-governador detalhou cada um dos projetos e apresentou as plantas baixas dos centros, elaboradas pela Secretaria de Obras Públicas (SOP).
Em relação à infraestrutura, os espaços contarão com ambientes multiuso; espaços para crianças e para animais de estimação; refeitório; cozinha; lavanderia; fraldário/lactário; depósitos; área de triagem; área para assistência médica e social; banheiros masculinos, femininos e neutros; áreas para convivência e, em especial, para as famílias monoparentais chefiadas por mulheres.
Porto Alegre
Na capital, o ato aconteceu ao lado do campo do Centro Humanístico Vida, na Zona Norte, onde será construído o primeiro CHA. Ainda estão previstas estruturas no estacionamento do Porto Seco (Zona Norte), e no Centro de Eventos Ervino Besson, no bairro Vila Nova (Zona Sul). Ao todo, as unidades terão capacidade para acolher até duas mil pessoas – cerca de 800 no Centro Vida e cerca de 500 nos demais locais.
“Esse processo de transição é complexo e precisamos que ocorra de forma colaborativa. O termo de cooperação com o governo do Estado representa a união de esforços que é fundamental neste momento. Juntos vamos devolver qualidade de vida às pessoas e reerguer nossa cidade”, disse o prefeito Sebastião Melo.
Ao final da agenda em Porto Alegre, Gabriel visitou o abrigo do Centro Humanístico Vida, que acolhe 400 pessoas no momento. No local, cerca de 2,5 mil refeições são servidas diariamente com apoio do grupo Cozinheiros do Bem. O vice-governador conversou com as famílias abrigadas, conferiu as instalações e esteve no canil, onde cerca de 600 animais estão recolhidos.
Canoas
Em Canoas, o ato de assinatura foi realizado em terreno localizado na avenida Guilherme Schell, próximo à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). No local, uma das unidades habitacionais cedidas pela Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) já foi preparada durante as instruções para as equipes que darão sequência ao trabalho de montagem.
Serão 208 estruturas doadas para o Rio Grande do Sul – medida que também foi formalizada nesta quinta-feira. Dessas, 108 já chegaram ao Estado e as restantes devem ser entregues na próxima semana.
A oficial de Coordenação de Emergência da Acnur, Ana Luiza Ferreira, contou que esta é uma das primeiras experiências da organização em relação a um desastre climático no Brasil, apesar de sua atuação no mundo todo. “Nós tivemos trabalhos similares em outros países, que agora trazemos para o Rio Grande do Sul, com nossa assistência técnica e outros serviços, respeitando princípios humanitários e de proteção”, afirmou.
O município receberá também um CHA no Centro Olímpico Municipal (COM), que será montado com as mesmas estruturas modulares dos centros de Porto Alegre. Cerca de 1.700 moradores serão acolhidos nos dois locais.
“A parceria com o governo do Estado e demais entidades é fundamental para que a gente possa reconstruir nossa cidade. Tenho a convicção de que esse pequeno passo que está sendo dado aqui é um passo gigante em direção à reconstrução de Canoas”, disse o prefeito Jairo Jorge.
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