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Fraport admite possibilidade de devolver o Aeroporto Salgado Filho ao governo federal

today14/06/2024 69

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A presidente da empresa Fraport Brasil, Andreea Pal, informou que a empresa de origem alemã já admite a possibilidade de devolver à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a concessão do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. Conforme a executiva, para que isso não ocorra é necessária a liberação de recursos do governo federal para reconstrução da infraestrutura, devastada pela enchente de maio na Zona Norte da cidade.

“Ou fazemos burocracia ou fazemos aeroportos, porque ambas as coisas não existem juntas. Se não recebermos dinheiro, teremos que desistir”, alertou a gestora nascida na Romênia e que vivia na Alemanha antes de assumir a unidade da capital gaúcha, há sete anos.

A manifestação foi feira em caráter extraoficial durante recepção a uma comitiva de deputados estaduais e federais gaúchos que conferiu de perto a situação no início desta semana. Também participou da visita o ministro da Secretaria Extraordinária de Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta.

A demanda é estimada em pelo menos R$ 362 milhões para viabilizar a retomada total das atividades no aeroporto (incluindo pousos e decolagens), inoperante desde o dia 3 de maio por causa da inundação de todo o seu complexo, incluindo pistas e hangares. E mesmo que um aporte seja feito agora pelo governo federal, essa realizada só deve se concretizar em dezembro.

O contrato firmado em 2017 com a Anac (vinculada ao Ministério dos Portos e Aeroportos) estipula a Fraport como a parte responsável por bancar as despesas decorrentes de danos causados por eventos extremos. Em tese, o caso se aplica à catástrofe do mês passado – a maior já ocorrida no Rio Grande do Sul.

Mas a empresa alega não ter recursos suficientes para tal finalidade, pois já realizou os investimentos previstos na concessão e não pode mais contrair financiamentos. Além disso, argumenta que o seguro só cobre perdas de até R$ 130 milhões.

Limpeza avança, mas falta luz

A Fraport iniciou o processo de limpeza do Salgado Filho no dia 3 de junho. Com o trabalho já concluído na pistas de pouso e decolagem, a etapa relativa ao terminal de passageiros deve estar encerrada até este domingo (16).

Em seguida, será a vez das salas de desembarque, docas, pátios e áreas públicas como o corredor de serviços, para depois  avançar pelas áreas técnicas (manejo de bagagens, centro de dados) e equipamentos.

O fornecimento de energia, porém, ainda não foi restabelecido. As subestações do aeroporto precisam ser reconstruídas. No momento, a luz necessária para as atividades emergenciais no complexo provém de geradores.

Quase 40 aeronaves retidas

Quase 40 aviões permanecem estacionados no Salgado Filho há mais de um mês, devido às dificuldades operacionais no aeroporto. No sábado (8), a Anac autorizou a retirada de nove das 47 aeronaves ali retidas até então, reduzindo o número para 39.

O sinal-verde foi dado após avaliação de risco e sob a condição de que não decolassem com passageiros. Além disso, as respectivas companhias aéreas tiveram que assinar termo de responsabilidade em conjunto com a Fraport e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), vinculado à Aeronáutica e ao Ministério da Defesa.

Concessão chega a sete anos

A empresa de origem alemã assumiu a administração do complexo em julho de 2017 (mediante contrato de R$ 382 milhões, válido até 2042), em um processo viabilizado pelo governo do então presidente Michel Temer para conceder esse serviço à iniciativa privada. O Salgado Filho era gerido desde 1974 por uma estatal, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

Antes da catástrofe ambiental, a unidade inaugurada em 2001 (após quase 60 anos de operações concentradas em terminal nas proximidades) era a mais movimentada da Região Sul do País em número de passageiros transportados. Já no ranking nacional ocupava o nono lugar.

Fonte: O Sul

Escrito por Jornalismo

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