Esposa do influenciador e humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, Gabriela Sousa se manifestou nas redes sociais durante a madrugada desta segunda-feira (15) e se disse “derrotada” e “destruída”, após o casal ter sido preso durante o fim de semana.
Gabriela foi detida em flagrante, na sexta-feira (12), por posse ilegal de armamento sem registro e de uso restrito às Forças Armadas, durante operação que investiga lavagem de dinheiro. Ela foi liberada mediante pagamento de fiança no valor de R$ 14 mil. Nego Di foi preso no domingo (14), no âmbito da investigação que apura estelionato envolvendo 370 vítimas.
“Sim, estou completamente derrotada, acabada, destruída. Estamos sem conta nenhuma, sem carro, sem nossos celulares. Ele sem Instagram, mas estava tudo bem. Minha felicidade era estamos juntos, mas agora estou sem ele. Meu único pensamento é no meu marido, nada diferente disso. Obrigada por tudo, amo vocês sempre”, disse Gabriela em publicação nos Instagram Stories.
No vídeo publicado, a influenciadora ainda afirmou estar sem vontade de aparecer nas redes sociais e falou não estar acompanhando as notícias que saem sobre ela e o marido na internet e na televisão.
“Só quero mesmo agradecer todo mundo, todos nossos amigos, toda a galera que consegui falar. Nesse momento, meu único pensamento é no Dílson. Que a Justiça seja feita”, falou.
A lavagem de dinheiro
Nego Di e Gabriela Sousa foram alvos de uma operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) que apura suspeita de lavagem de R$ 2 milhões após a promoção de rifas virtuais que, segundo a investigação, são ilegais. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos no litoral catarinense.
De acordo com o promotor de Justiça responsável pela investigação, Flávio Duarte, dois veículos de luxo dos investigados foram sequestrados. A arma de uso restrito sem registro foi apreendida.
O objetivo das buscas também foi recolher documentos, mídias sociais, celulares, entre outros, para se ter dimensão exata dos supostos crimes praticados e valores que teriam sido obtidos pelo casal. O MP também obteve da Justiça o bloqueio de valores, além da indisponibilidade de bens dos investigados e de terceiros vinculados aos fatos apurados.
O estelionato
A Justiça do Rio Grande do Sul decretou a prisão de Nego Di atendendo a pedido da Polícia Civil na investigação pelo crime de estelionato. Ele é suspeito de lesar pelo menos 370 pessoas com a venda de produtos por meio de uma loja virtual da qual é proprietário – mas segundo relatos dos clientes, os produtos nunca foram entregues.
A investigação da Polícia Civil indica que a movimentação financeira em contas bancárias ligadas a ele na época, em 2022, passa de R$ 5 milhões.
O sócio de Nego Di na empresa, Anderson Bonetti, também teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Ele é considerado foragido.
Delegados descartam, por enquanto, participação de Gabriela no esquema da loja virtual.
A loja virtual “Tadizuera” operou entre 18 de março e 26 de julho de 2022 – ocasião em que a Justiça determinou que ela fosse retirada do ar. Nego Di fazia a divulgação dos produtos à venda em seus perfis nas redes sociais. Eram aparelhos de ar-condicionado e televisores, muitos deles com preços abaixo dos de mercado.
Parte dos seguidores, que hoje passam de 10 milhões, comprou os produtos, mas nunca recebeu, de acordo com a Polícia Civil. A investigação aponta que não havia estoque, e que Nego Di enganou os clientes prometendo que as entregas seriam feitas, apesar de saber que não seriam. Ainda assim, movimentou dinheiro que entrava nas contas bancárias da empresa.
As autoridades policiais estimam que o prejuízo dos 370 clientes lesados seja superior a R$ 330 mil, mas como as movimentações bancárias são milionárias, a suspeita é de que o número de vítimas do esquema possa ser ainda maior, só que essas pessoas não procuraram a polícia para representar criminalmente contra o influencer.
O que diz a defesa do investigado
Por nota, assinada pelos advogados Hernani Fortini, Jefferson Billo da Silva, Flora Volcato e Clementina Ana Dalapicula, a defesa de Nego Di se manifestou, no domingo:
“Em relação aos recentes acontecimentos envolvendo o humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, gostaríamos de esclarecer que estamos tomando todas as medidas legais cabíveis.
Destacamos a importância do princípio constitucional da presunção de inocência, que assegura a todo cidadão o direito de ser considerado inocente até prova em contrário. O devido processo legal deve ser rigorosamente observado, garantindo que o acusado tenha uma defesa plena e justa, sem qualquer tipo de pré-julgamento.
Pedimos à mídia e ao público que tenham cautela na divulgação de informações sobre o caso, uma vez que a ampla exposição de fatos ainda não comprovados pode causar danos irreparáveis à imagem e à carreira de Nego Di.
Qualquer divulgação precipitada pode resultar em uma condenação prévia injusta, prejudicando sua honra e dignidade”.
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