Absorvendo operações de pouso e decolagem interrompidas desde maio pela inundação do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, a Base Aérea de Canoas (Região Metropolitana) terá seu limite de voos ampliado de 49 para 87 por semana, a partir deste domingo (21). O aumento foi autorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e também prevê o funcionamento do terminal durante 24 horas por dia.
De acordo com o governo federal, a nova logística envolveu tratativas entre o órgão, a concessionária Fraport Brasil (responsável pela unidade da Capital), companhias do setor, Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e Força Aérea Brasileira (FAB).
Os intervalos entre os horários de pouso e decolagem precisaram ser reduzidos para uma hora e meia. A infraestrutura do aeródromo de Canoas também passou por melhorias.
– Gol: já neste domingo, a empresa passa a oferecer quatro voos adicionais entre Canoas e a cidade de São Paulo, com destinos igualmente divididos entre os Aeroportos de Congonhas e Guarulhos (Cumbica). Já para o início de agosto está previsto o acréscimo de cinco voos – detalhes e passagens em voegol.com.br.
– Azul: a oferta de pousos e decolagens deve ser aumentada de 1º de agosto em diante. A lista será incrementada por mais um voo diário entre a Base Aérea de Canoas e Guarulhos e outro com destino ao aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Mais informações no site voeazul.com.br.
– Latam: a companhia estuda a possibilidade de acrescentar 13 voos por semana às suas operações na Base de Canoas, todos no turno da noite. Atualizações são divulgadas em latamairlines.com.br.
Situação do Salgado Filho
Na semana passada, a concessionária Fraport Brasil apresentou ao governo federal um estudo sobre a situação da pista de pousos e decolagens do Salgado Filho (sob sua gestão desde 2017) e também uma projeção de retomada das operações. Um dos trechos do documento ressalta:
“O diagnóstico foi realizado a partir de um conjunto de testes sobre a integridade da estrutura, que permaneceu submersa por 23 dias, fato inédito na aviação mundial, em função da enchente que assolou o Rio Grande do Sul em maio”.
Ainda de acordo com a subsidiária brasileira de empresa alemã, é necessária a reconstrução parcial. Isso porque na parte antiga da pista, com 2 mil metros, a placa de concreto localizada na base da estrutura foi preservada mas as camadas superiores – até o pavimento – foram comprometidas. Cerca de 45 centímetros de asfalto terão que ser retirados.
Na parte nova da pista, inaugurada em 2022, uma extensão de 500 metros ficou submersa, porém com impacto menor. Será necessária a recuperação da camada de asfalto, com a retirada e recuperação em torno de 15 centímetros desse trecho. Já as cabeceiras da pista foram preservadas, assim como as faixas ao lado da pista.
O sistema de iluminação (lateral e central) já está recuperada e em condições para pouso visual, assim que forem recuperadas as subestações de energia, também comprometidas pela enchente. Peças e componentes para viabilizar a recuperação e reutilização das subestações, por sua vez, passam por processo de substituição desde o início deste mês. Para uma operação parcial de pousos e decolagens, é necessária a liberação de 1.700 metros da pista.
A Fraport Brasil projeta para outubro a retomada parcial das operações aéreas no Salgado Filho, inicialmente com 50 voos diários. “Para dezembro de 2024 se planeja a completa recuperação do aeródromo”, acrescenta a empresa no site portoalegre-airport.com.br.
O custo total de recuperação da infraestrutura é estimado em R$ 700 milhões. “Continuaremos atuando para acelerar o processo, enquanto também mantemos diálogo aberto com o governo federal para que o contrato de concessão seja reequilibrado e possibilite a conclusão das obras”.
No dia 15 de julho, os passageiros voltaram a ser recebidos no Aeroporto da Zona Norte de Porto Alegre para procedimentos de check-in, despacho de bagagem, embarques e desembarques. Eles têm sido deslocados por via terrestre entre o terminal e a Base Aérea de Canoas.
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