Ospa homenageia 200 anos da imigração alemã em concerto que marca reabertura da Sala Sinfônica

Ospa executou obras de Brahms, Strauss e Beethoven, todos compositores alemães - Foto: Maurício Tonetto/Secom

Christoph Hartmann, da Filarmônica de Berlim, foi solista da apresentação prestigiada por autoridades brasileiras e alemãs

Como parte das comemorações do Bicentenário da Imigração Alemã no Estado, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) realizou, na noite de sexta-feira (26/7), um concerto com programa exclusivo de compositores alemães, com regência do maestro Evandro Matté. A apresentação teve na plateia o governador Eduardo Leite e autoridades e delegações alemãs que prestigiaram ações alusivas à efeméride no Rio Grande do Sul durante toda a semana. A data marca, ainda, a reabertura da Casa da Ospa que, em decorrência dos efeitos da enchente, permaneceu fechada nos últimos três meses.

Antes de a apresentação começar, o governador se dirigiu à plateia e destacou a importância do marco histórico e a contribuição dos povos germânicos para a construção do Rio Grande do Sul. “Hoje a Ospa nos brinda com um concerto extraordinário para celebrar os 200 anos da imigração alemã e nos faz lembrar que os alemães que para cá vieram deixaram uma herança de trabalho, resiliência e perseverança, além de um rico legado cultural que se entrelaçou com a identidade gaúcha. Essa força de superação que eles carregavam, enfrentando adversidades de todo o tipo em busca de uma nova vida, é uma inspiração para enfrentarmos os desafios do nosso tempo”, disse.

O programa executado pela orquestra começou por Johannes Brahms (1833-1897), com Abertura Festival Acadêmico, Op. 80. O convidado especial da noite, o oboísta alemão Christoph Hartmann, integrante da Orquestra Filarmônica de Berlim emocionou a plateia com a execução do Concerto para Oboé e Pequena Orquestra, de Richard Strauss (1864-1949). “Amo esta obra, escuto desde criança. Strauss é um dos meus compositores favoritos e ele usa o oboé de maneira única nesta peça, além de destacar também o clarinete, a viola e o cello”, observou Hartmann. A segunda parte da apresentação foi dedicada à Sinfonia nº 7, de Ludwig van Beethoven (1770-1827).

Matté destacou a importância do legado da cultura alemã na história da música de concerto. “Entre uma lista dos maiores compositores da história, sempre teremos vários alemães”, pontuou. “A criação da Ospa tem participação de grupos de alemães residentes em Porto Alegre, que contribuíram para a estruturação da nossa sinfônica.”

Para o presidente da Comissão Oficial do Bicentenário e subsecretário de Justiça e Integridade Institucional da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Rafael Gessinger, o momento é de celebrar a integração humana e os encontros culturais que formaram a identidade do povo gaúcho.

Segundo ele, o repertório do concerto especial da Ospa reflete o sentimento de cooperação e a força resiliente que é marca cultural dos imigrantes. “A Sétima de Beethoven se tornou, depois da enchente, o hino sem letra do bicentenário. Ela nos convida a refletir sobre a fragilidade da vida humana, mas se apoiando no amor e na fraternidade, e é isso que celebramos aqui”, disse.

Bicentenário

O bicentenário é comemorado em todo o Estado com um calendário de eventos que se estende até o final do ano, mas teve seu ponto alto nesta semana, já que 25 de julho é tido como o marco da chegada dos primeiros imigrantes ao município de São Leopoldo. Instituída pelo governador Eduardo Leite ainda em 2021, a Comissão Oficial do Bicentenário foi incumbida de organizar as atividades comemorativas. O grupo estimulou a realização de eventos, debates e encontros desde o início deste ano.

As celebrações incluem mais de 120 eventos em cerca de cem municípios gaúchos ao longo do ano, abrangendo, entre outras atividades, atos interreligiosos, concertos, apresentações culturais, reinauguração de museu histórico e inaugurações de monumentos.

Fonte: Estado do RS