Rebeca Andrade tem uma nova medalha olímpica para a sua coleção. Nesta quinta-feira à tarde, a ginasta brasileira conquistou a prata no individual geral da ginástica artística, ficando atrás apenas do fenômeno Simone Biles, que levou o ouro. O pódio foi completado pela norte-americana Sunisa Lee. A soma total da campeã ficou em 59.131 pontos, seguido de 57.932 de Rebeca e 56.465 de Lee. Flávia Saraiva, que também participou da prova, terminou no Top 10, na nona colocação, com 54.032
Em Tóquio, Rebeca também havia ficado na segunda posição na mesma prova. A ginasta ainda terá mais três finais pela frente em Paris-2024: salto, trave e solo, as mesmas provas que a norte-americana competirá. Na trave, a brasileira terá a companhia de Júlia Soares, que disputará a prova ao lado da parceira de equipe. O reencontro de Simone e Rebeca será no dia 3 e 5 de agosto. Coincidentemente, as duas não se classificaram para a final das barras assimétricas.
Se Biles entrou na prova na condição de franca favorita, Rebeca era notoriamente a ginasta mais cotada a surpreender a norte-americana. E com ambas no mesmo grupo de rotação, a disputa voltava os olhos para ambas a cada novo aparelho – no feminino, o individual geral inclui exercícios no solo, salto, barras assimétricas e trave. Logo, nas arquibancadas em Paris, as atenções durante a primeira rotação estavam todas voltadas para o salto.
Rebeca em sua apresentação teve uma execução acima da média e uma chegada quase cravada. A nota veio alta, como na disputa por equipes: 15.100. Veio Biles e um salto que terminou com uma chegada abaixo do esperado, com um passo para trás. No entanto, a nota de partida, que indica o grau de dificuldade do exercício era muito alto, a norte-americana largou na frente no duelo com a brasileira: 15.766.
A sequência indicava as barras assimétricas e a lógica era que a diferença fosse mantida, dentro de uma margem de erro. Mas o que era impensável aconteceu. Biles cometeu um erro durante uma das transições entre as barras e terminou com 13.733 como nota. Rebeca teve uma série bem melhor, foi a 14.666 e assumiu a liderança. A surpresa foi ainda maior quando todas as ginastas terminaram a rotação e o placar indicava que a norte-americana estava na terceira colocação, já que a argelina Kaylia Nemour havia assumido o segundo lugar.
Só que Biles não é considerada um fenômeno por acaso. Na trave, o mais temido dos aparelhos, aquele na qual as ginastas têm de fazer uma série de acrobacias apoiadas em uma superfície com apenas 10 centímetros de largura, a norte-americana mostrou porque sempre entra como favorita. Fez uma apresentação quase perfeita, que lhe rendeu 14.566. Com essa soma, significava que para se manter na liderança, a brasileira precisava, pelo menos, uma nota de 14.300, bastante alta para o aparelho. A série de Rebeca teve um desequilíbrio, suficiente para tirar alguns pontos preciosos. Veio o 14.133, que se não foi de todo ruim, custou a parcial no primeiro lugar.
Com uma diferença de apenas 0,166 entre Biles e Rebeca, a decisão ficou para o solo. Rebeca fez uma apresentação quase impecável, garantindo um 14.033, nota bastante alta para o aparelho. O problema é que concorrer com um fenômeno é sempre mais difícil. E Biles, em seu retorno aos Jogos Olímpicos, justificou todo o furor em torno dela. Em uma série que beirou a perfeição, conseguiu incríveis 15.066, garantindo o título no individual geral.
Fonte: Correio do Povo
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