Nesta sexta-feira (31), o prefeito Sérgio Moraes e a secretária municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Prissila Bordignon, receberam representantes da Cooperativa dos Catadores e Recicladores de Santa Cruz do Sul (Coomcat) em uma reunião para analisar a situação atual da coleta seletiva do município. O encontro, que aconteceu no Salão Nobre do Palacinho, pode ser o marco inicial de um esforço conjunto para melhorar a eficiência da gestão de resíduos na cidade.
De acordo com Moraes, a necessidade de reduzir custos e aprimorar a qualidade do serviço de coleta de resíduos é uma prioridade da gestão municipal. “O gasto com recolhimento de lixo está absurdo e queremos baratear isso. Precisamos ter compromisso com a população. Temos que economizar, melhorar o serviço de recolhimento, o destino final, tudo isso. Precisamos encontrar um jeito”, destacou o prefeito. A fim de viabilizar soluções, ele sugeriu a criação de um grupo de trabalho, composto por profissionais do Município e da Coomcat, para estudar alternativas viáveis para a cidade.
A secretária Prissila Bordignon reforçou a importância de estratégias sustentáveis, como a compostagem, para reduzir despesas com o transbordo de resíduos. “O prefeito me deu a incumbência de diminuir os custos da coleta de lixo, e a compostagem acaba sendo muito mais vantajosa para o município, tanto pela questão ambiental quanto econômica. Precisamos incentivar esse modelo e evitar o envio excessivo de resíduos para aterros sanitários”, afirmou. Ela ainda levantou a ideia de um projeto de compostagem em parceria com restaurantes, padarias, confeitarias e outros estabelecimentos afins, que será analisado pelo grupo de trabalho.
Os representantes da Coomcat – Uilian Mendes (coordenador administrativo), Mari Poeckel (coordenadora de finanças) e Alisson Fernando (manutenção) – apresentaram ao prefeito um modelo de Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos baseado em experiências bem-sucedidas em cidades como São Leopoldo. “Com esse Centro, poderíamos aumentar a eficiência da reciclagem em até 70%, garantindo mais de 20 postos de trabalho, o que otimizaria a coleta seletiva sem deixar de lado a geração de empregos para os catadores”, explicou Mendes. Além de demonstrar interesse em atender 100% dos bairros do município, a Cooperativa reforçou a necessidade de campanhas de conscientização ambiental para ampliar a adesão da população à coleta seletiva solidária.
Atualmente, Santa Cruz do Sul recicla 4,27% dos resíduos coletados, um índice superior à média nacional de 4%, mas inferior aos 12% registrados quando a Coomcat era responsável exclusivamente pela coleta seletiva em 15 bairros. Na visão da Cooperativa, a expansão do serviço para mais 20 bairros, aliada à baixa adesão da população e ao modelo de contratação, impactou negativamente nos índices de reciclagem. “Cerca de 90% dos custos da gestão de resíduos são aplicados em tecnologias voltadas à limpeza pública, enquanto apenas 10% são direcionados à reciclagem e à inclusão socioeconômica dos catadores, que, por sua vez, são responsáveis por 90% da reciclagem no Brasil”, analisou Mendes.
Com o desafio de aumentar a eficiência, reduzir custos, promover a inclusão social e minimizar impactos ambientais, a Cooperativa defende a criação do Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos. O projeto tem como pilares a preservação ambiental, o tratamento adequado dos resíduos conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), o desenvolvimento econômico por meio da geração de empregos e renda, a inclusão social e a redução de gastos públicos. Para avançar na proposta, a Secretaria de Meio Ambiente e a Coomcat deverão agendar uma visita técnica a São Leopoldo para conhecer de perto o funcionamento de uma unidade já em operação, que prevê a triagem mecanizada dos resíduos em três categorias: orgânico, reciclável e rejeito.