Diante do polêmico assunto da derrubada das árvores Tipuanas no centro de Santa Cruz do Sul, na manhã desta quarta-feira, 19, o Programa Conexão Regional da Rádio Santa Cruz recebeu o diretor jurídico do Boticário em Santa Cruz do Sul, Márcio Fonseca da Costa. Ele foi um dos comerciantes que esteve presente na reunião que ocorreu ontem pela manhã no Palacinho, representando quem tem comércio na quadra 02, afetados pela obra de revitalização da rua Marechal Floriano.
Em se tratando da reunião em si, Márcio afirmou o clima de embate entre dois lados extremos que defendiam causas diferentes, mas cada um com suas razões. “Foi um grande embate aquela reunião, pois tinha a parte do pessoal que defendia a preservação das tipuanas e tinha a parte dos que defendiam a ideia de que algo tinha que ser realizado. Eu particularmente entendo todos os aspectos, e afirmo de coração que a minha vontade é de que não fossem retiradas as tipuanas, mas infelizmente não tem como as duas coisas acontecerem”, menciona.
Márcio ainda revelou que, após a reunião, quando falou diante de todos apresentando a sua posição e o seu ponto de vista, refletiu ainda mais sobre o assunto. “Refletindo após a reunião e fazendo algumas pesquisas eu pude perceber alguns aspectos interessantes. Por exemplo, a média de idade das pessoas é em torno de 75 ou 80 anos, e todos nós temos um tempo de vida, e as tipuanas ali têm em média 80 anos de vida. Então, elas já estão passando desse prazo, o que é uma realidade. Mas não é apenas esse fato, também não se teve um cuidado adequado, vários acidentes já foram ocasionados inclusive, então há o perigo”, acrescenta. “A minha reflexão foi justamente em cima disso, a minha vontade é que aquelas tipuanas vivessem eternamente, mas, às vezes, temos que cair na realidade e a realidade é de que elas têm um tempo de vida determinado. Às vezes, temos que ver além do fato ruim, para conseguirmos transformar essa coisa ruim em uma coisa boa. Podemos pensar num processo de arborização naquele local, claro que sim”, enfatiza.
Ele ainda citou que uma de suas falas na reunião foi para trazer uma sugestão do que poderia ser feito caso as tipuanas fossem retiradas. “Uma ideia que eu sugeri durante a reunião foi o exemplo de Gramado que tem a rua coberta. Poderíamos fazer algo parecido com isso ali na Marechal Floriano, plantando árvores Trepadeiras com flores e também árvores que fossem adequadas para o centro de Santa Cruz do Sul, com o objetivo de diminuir os danos para aquela localidade. Ninguém é contra o meio ambiente, pelo contrário, mas precisamos tem bom senso”, pontua.
Ele ainda diz que o momento é delicado e de muito temor entre os comerciantes. “Gera um temor muito grande, pois já tivemos a queda de três tipuanas em decorrência das obras. Mas não é de hoje, pois no ano passado também já havia caído um galho enorme em frente a um restaurante, por exemplo”, frisa.
Mesmo diante das adversidades, Márcio se mantém otimista de que no fim toda essa situação possa servir como algo positivo para as pessoas. “Diante de toda a minha consciência ambiental, me dói dizer isso, mas hoje o melhor a se fazer é cortar aquelas tipuanas que não estão mais em condições, para que possamos evitar que algum desastre aconteça. O projeto de urbanização terá de ser bem feito, inclusive me coloco à disposição caso seja necessário alguma colaboração. Eu acho que pode surgir algo bom no final disso tudo, que isso sirva de exemplo para as pessoas e que no fim possamos nos unir para formar algo ainda mais belo, melhor”, conclui.
Por: Jonathan Castro