A estiagem que atinge o Brasil em 2025 tem causado impactos significativos em diversas regiões, destacando a urgência de políticas eficazes de gestão de riscos e desastres. O ano de 2024 bateu recorde de temperatura, e neste ano, ondas de calor tem refletido severamente em alguns municípios que decretaram situação de emergência, calamidade pública e hídrica. Nesse contexto, o Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDC) surge como um instrumento essencial para fortalecer a resiliência do país, auxiliando estados e municípios na preparação e na resposta a eventos climáticos extremos.
Nos primeiros meses deste ano, 132 municípios tiveram o reconhecimento federal de situação de emergência, com destaque para a região Nordeste, que já teve 99 reconhecimentos e para o Rio Grande do Sul, onde 43 cidades foram severamente afetadas pela seca. Em contraste, no mesmo período de 2024, o RS não teve nenhum reconhecimento de situação de emergência por estiagem nesse período, porém, 175 municípios, principalmente no Nordeste e Centro-Oeste, enfrentaram condições semelhantes. Essa mudança regional ressalta a imprevisibilidade dos eventos climáticos extremos e a necessidade de estratégias adaptativas em todo o território nacional.
O coordenador-geral de Gerenciamento de Desastres, Tiago Schnorr, destacou os desafios previstos para 2025 em relação à estiagem. “De acordo com a previsão climática de consenso, elaborada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Instituto Nacional de Meteorologia e Fundação Cearense de Meteorologia, chuvas abaixo da média devem ocorrer em áreas do Nordeste, Sudeste e Sul no trimestre de fevereiro a maio. Ressalta-se que muitas dessas áreas já se encontram em situação de seca e que, a partir de abril, grande parte do país entra no período seco, onde não se espera chuvas significativas”, informou.
As mudanças climáticas têm intensificado a frequência e a severidade de eventos extremos, como secas e enchentes, no Brasil. O aquecimento global altera os padrões de precipitação e temperatura, resultando em períodos de estiagem mais prolongados e chuvas mais intensas em diferentes regiões. Essas alterações climáticas exigem uma resposta coordenada e eficaz para mitigar seus impactos e proteger as comunidades vulneráveis.
O PNPDC estabelecerá diretrizes, estratégias e ações coordenadas para promover a redução de riscos e a gestão de desastres em nível nacional. O plano visa proteger vidas, reduzir danos materiais e fortalecer a resiliência das comunidades diante de desastres naturais ou tecnológicos. Sua implementação envolverá a integração entre os diferentes níveis de governo e a sociedade civil, garantindo uma abordagem abrangente e eficaz na gestão de riscos de desastes.
Importância da gestão de riscos:
A elaboração e implementação de planos como o PNPDC são fundamentais para preparar o país para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. A capacitação técnica, a alocação adequada de recursos e a coordenação entre os diversos atores envolvidos são essenciais para reduzir a vulnerabilidade das comunidades e assegurar uma resposta eficiente aos desastres. Somente por meio de uma gestão de riscos estruturada e proativa será possível minimizar os impactos das estiagens e outros eventos climáticos extremos no Brasil.
Os dados sobre estiagem reforçam a realidade das mudanças climáticas e a necessidade urgente de ações coordenadas para mitigar seus efeitos. O PNPDC representa um passo significativo nessa direção, proporcionando uma melhor estrutura para que estados e municípios desenvolvam uma gestão de riscos robusta e eficaz, promovendo um Brasil mais resiliente e preparado para os desafios futuros.