Abril Azul traz debate, avanços e desafios acerca do Autismo em Santa Cruz

Foto: Diego Dettenborn

Na manhã desta quinta-feira, 03, o Programa Conexão Regional da Rádio Santa Cruz contou com a presença da advogada Cristiane Schuck, especialista em direito de saúde e ativista na causa de conscientização do Autismo, foco da campanha do Abril Azul.

Em um primeiro momento, foi pautado por Cristiane Schuck os direitos da pessoa autista, principalmente em se tratando da inserção na sociedade. “Hoje em dia temos muitas leis que protegem os direitos da pessoa autista. Para todos os efeitos legais, a pessoa autista é considerada uma pessoa com deficiência, então, ela vai ter diferentes direitos nas área da saúde, educação, assistência social, entre outros. Esses projetos servem para garantir o acesso às pessoas autistas em todos os ambientes da sociedade, visando ajudar na inclusão social”, salienta.

Na oportunidade, Cristiane falou sobre os desafios enfrentados pelo público autista na atualidade. “Acredito que os desafios deles são diários e em vários aspectos. Podemos citar como os maiores tabus ainda o acesso à informação, o acesso ao tratamento especializado, principalmente se tratando da rede pública de saúde, faltam políticas públicas, faltam profissionais capacitados para atender as demandas, o acesso a educação inclusiva. Porém, acredito que aos poucos vamos dando passos importantes para que o cenário vá melhorando com o passar do tempo”, explica.

Ela destaca também o fato de que o diagnóstico precoce pode ser feito até mesmo pelos familiares, através da observação de alguns sinais que são demonstrados pela criança logo nos primeiros meses e anos da criança. “Os primeiros sinais já podem ser identificados nos primeiros meses de vida, tanto pelo pediatra ou até mesmo pelos familiares que vivem o dia a dia juntamente da criança”, ressalta. “Qualquer atraso no desenvolvimento das crianças, dentro de uma grade de crescimento pode ser um sinal de autismo. Um exemplo prático seria o atraso para a aprendizagem da fala, a dificuldade na escuta, movimentos repetitivos, restrições alimentares, irritação devido ao som alto, entre outros diversos sinais que podem ser observados diariamente”, afirma.

Cristiane Schuck afirma que as pessoas não estão ficando mais doentes, e sim que a evolução das tecnologias e o acesso à informação facilitaram para que se tenha o diagnóstico preciso, algo que não se tinha a tempos atrás. “Nos dias de hoje nós temos a informação e nós temos os diagnósticos, por isso o número de casos aumentou de forma significativa de uns anos para cá. Então, as pessoas não ficaram mais doentes, nós apenas temos mais acesso as informações”, conclui.

Por: Jonathan Castro