Além de dar fim à onda de calor que agia sobre o Rio Grande do Sul, a chuva registrada desde o final da noite de sábado também ajuda a aliviar os efeitos da estiagem no Estado. De acordo com um levantamento da Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), a seca já causou cerca de R$ 6,9 bilhões em prejuízos a diversos setores da economia gaúcha em 2025.
Neste sábado, último dia da onda de calor, o nível do Guaíba medido na régua instalada na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, estava em 1 metro, o menor registrado até então neste ano. Ao longo da semana, o Guaíba já havia registrado marcas de 1,09 metro na quinta e 1,06 metro na sexta-feira. Entretanto, com a chuva, voltou a subir e, por volta das 9h deste domingo, estava em 1,65 metro.
O cenário tende a se repetir em outros cursos de água da região Metropolitana. Conforme o último boletim do Departamento de Gestão de Recursos Hídricos e Saneamento (DRHS), da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMA), as medições de sábado apontam que o rio dos Sinos se mantém em condição de atenção, com captação normalizada, enquanto o rio Gravataí segue em situação de alerta.
Desta forma, a captação de água em Gravataí e Alvorada é feita com regime de intermitência, com dois dias com serviço normalizado e um de suspensão até que a condição melhore e retorne para a situação de alerta. Caso seja registrada uma atenuação da estiagem, a condição pode passar para crítica, quando todas as captações distintas de abastecimento à população serão suspensas.
No rio Gravataí, as medições foram de 1,41 metro em Alvorada, representando uma redução de 10 centímetros se comparado ao dia anterior, além de 0,73 metro no Passo dos Negros, em Gravataí, com queda de oito centímetros, e o 1,40 metro no Passo das Canoas, também em Gravataí, com redução de 10 centímetros se comparado ao dia anterior.
Já no rio dos Sinos, as marcas aferidas foram de 1,71 metro na régua da Corsan, em Campo Bom, com redução de oito centímetros se comparado com o dia anterior, além de 1,20 metro em São Leopoldo, com redução de 10 centímetros, e 2,30 metros em Novo Hamburgo, com redução de dois centímetros se comparado com o dia anterior.
Prejuízos na economia gaúcha:
Os efeitos da estiagem em 2025 já fazem com que o RS contabilize prejuízos na casa dos bilhões. Um levantamento da Famurs, com dados apurados até a sexta-feira, aponta que os danos já totalizam ao menos R$ 6,9 bilhões. De acordo com o presidente da entidade, o prefeito de Barra do Rio Azul, Marcelo Arruda, o valor contabiliza as estimativas de perdas nos setores do abastecimento (R$ 5,2 milhões), agricultura (R$ 6 bilhões) e pecuária (R$ 839,4 milhões).
Entretanto, o valor leva em conta os, até então, 208 municípios afetados pela estiagem e 94 que informaram danos. Na manhã deste domingo, o número já de cidades nesta condição já era maior, segundo a Defesa Civil Estadual. Atualmente, são 218 municípios afetados, com 65 com decreto de Situação de Emergência reconhecidos e cerca de 2,05 milhões de pessoas afetadas pela seca no RS.