O Brasil encerrou a participação na Olimpíada de Paris 2024 com o segundo melhor desempenho da história, atrás de apenas de Tóquio 2020. A delegação brasileira conquistou, no total, 20 medalhas: três de ouro, sete de prata e dez bronze. Números importantes que mantém o nível apresentado nos Jogos Olímpicos passados.
Nesse domingo, 11, último dia olímpico, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) realizou uma coletiva de imprensa na Casa Brasil para fazer um balanço geral da participação nos Jogos Olímpicos. Entre os destaques, a participação feminina, o calor da torcida e o planejamento para a próxima Olimpíada.
Um dos pontos destacados foi a exitosa participação feminina. Com mais mulheres do que homens na delegação pela primeira vez na história, o desempenho feminino brasileiro foi igualmente histórico. Um total de 12 medalhas conquistadas pelas mulheres, além de um bronze compartilhado com os homens na conquista do judô por equipes mistas.
“Queremos sempre ultrapassar barreiras, vencer sempre. Conseguimos quebrar recordes, principalmente quanto ao esporte feminino. Isso nos deixa bastante satisfeitos. Com a apresentação dos nossos atletas, inspiramos a sociedade. Todos que acompanharam as competições se sentiram inspirados. Mesmo aqueles que não conseguiram conquistar uma medalha, tiveram seus melhores desempenhos, também inspiraram nossos torcedores e a população brasileira”, disse Rogério Sampaio, chefe da Missão Paris 2024 e diretor-geral do COB.
“Há dois ciclos olímpicos, após ser identificada uma oportunidade de crescimento do esporte feminino, o COB começou a investir especificamente nas mulheres. Não só atletas, mas também para tentar aumentar o número de treinadoras e gestoras. O que vimos aqui em Paris no esporte, também reflete o que está acontecendo na sociedade: a mulher cada vez mais se fortalecendo” comentou Mariana Mello, subchefe da Missão Paris 2024 e gerente de Planejamento e Desempenho Esportivo do COB.
Para o COB, o desempenho brasileiro poderia ter sido ainda melhor caso a “sorte” tivesse dado uma mãozinha em alguns momentos.
“Pequenos detalhes fazem muita diferença entre uma medalha de ouro, de prata, de bronze, um quarto ou um quinto lugar. Se algumas ondas, alguns ventos e algumas situações não tivessem acontecido, a gente teria ainda mais motivos para comemorar”, disse Ney Wilson, diretor de Alto Rendimento do COB.
Paris já é passado para o COB. Os olhares e o planejamento agora estão voltados para o próximo ciclo olímpico, e claro, para a Olimpíada de Los Angeles 2028.
“Se o atleta está se preparando de um lado, estamos nos preparando do outro. Em 2023, fizemos a primeira visita a Los Angeles. Temos um consultar local bastante engajado na procura de soluções concretas. Esperamos até o final do ano já termos uma ideia das instalações que irão prover toda a infraestrutura para os atletas. Para Brisbane 2032, já começamos a fazer reuniões, uma aqui em Paris, para entender onde será a Vila, perímetro de segurança, e a questão do fuso de 12 ou 13 horas, que exigirá um período de aclimatação bem grande, com estruturas que serão bastante concorridas. Então, temos que trabalhar com antecedência, montar um plano de ação para chegarmos o mais preparados possíveis para esses Jogos”, falou Joyce Ardies, subchefe da Missão Paris 2024 do COB e gerente de Jogos e Operações Internacionais.
Um dos pontos altos da participação brasileira não foi exatamente a participação esportiva. A presença em peso de torcedores na capital francesa chamou a atenção. A Casa Brasil, espaço dedicado aos fãs e atletas, serviu como uma espécie de “embaixada olímpica do Brasil”. Em São Paulo, o Parque Time Brasil, maior Fan Fest olímpica fora da França, transportou um pouco do clima parisiense para quem ficou no Brasil.
“Tivemos cerca de 20 mil pessoas aos finais de semana torcendo pelo Time Brasil, curtindo essa fusão do entretenimento com o esporte no Parque Time Brasil, em São Paulo. Aqui, em Paris, na Casa Brasil, conseguimos propiciar experiências para todas as pessoas. Fizemos não só uma ativação completa para os nossos patrocinadores, mas conseguimos entregar o conceito de conexão dos atletas com os fãs brasileiros e estrangeiros e patrocinadores e celebrar todo o Time Brasil. Foram quase 300 mil fãs juntando o Parque Time Brasil e a Casa Brasil”, comentou Gustavo Herbetta, diretor de marketing do COB.
Se no quadro de medalhas o Brasil está longe do topo, em outro ranking a delegação brasileira garantiu o ouro com sobras. Ninguém se destacou mais nas redes sociais que o Time Brasil.
“O trabalho de comunicação foi muito importante, conseguimos superar os Estados Unidos como o Comitê mais seguido no Instagram. O tamanho das nossas redes atrai público, atrai novos patrocinadores e investimento. A imagem é muito importante para o movimento olímpico do Brasil. A Bia Souza, por exemplo, saiu de 10 mil seguidores para quase 3 milhões. As meninas da ginástica artística viraram ídolas nacionais. Medina teve uma das fotos mais vistas da história dos Jogos Olímpicos. É uma demonstração de que não só o resultado esportivo foi bem sucedido, mas o brasileiro se engajou e consumiu o esporte olímpico”, finalizou Paulo Conde, diretor de comunicação do COB.
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