Governo Federal mobilizou R$ 1,2 bi para socorro e reconstrução no Rio Grande do Sul

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MIDR aprovou, até o momento, R$ 1,2 bilhão para atender 267 municípios afetados pelo desastre. Ao todo, 1.228 planos de trabalho estão aprovados, sendo 324 de reconstrução

“Foi muito triste ter que sair de casa. Mais triste ainda foi voltar e ver a situação. Eu perdi tudo. Estamos sobrevivendo um dia após o outro, recomeçando. Já consegui comprar móveis novos, recebi benefícios e sou grata pelo esforço do governo para ajudar a população a se reerguer”. A declaração é da faxineira Cláudia da Silva Figueiró, 48 anos, moradora do município gaúcho de Rio Pardo. Quase sete meses após o início de um dos maiores desastres da história do Brasil, as enchentes no Rio Grande do Sul, o cenário é de reconstrução e perseverança das vítimas.

Empenhado em ajudar na reestruturação do estado, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) aprovou, até o momento, R$ 1,2 bilhão para atender 267 cidades afetadas pelo desastre. Ao todo, 1.228 planos de trabalho estão aprovados, sendo 324 de reconstrução. O Auxílio Reconstrução, criado para apoiar a população gaúcha com parcela única de R$ 5,1 mil por família, também é coordenado pelo MIDR. Até o início deste mês, 399.590 cadastros de 253 municípios estavam aprovados no benefício.

“Os R$ 5,1 mil, assim como outros benefícios que recebi, me ajudaram muito. Eu tenho um filho de nove anos que mora comigo, precisava dessa ajuda para comprar coisas para casa”, acrescentou Claúdia. O auxílio foi criado pela Medida Provisória nº 1.219, editada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e regulamentado pela Portaria nº 1.774, publicada em 21 de maio.

Atuação da Defesa Civil Nacional

Equipes da Defesa Civil Nacional seguem visitando o Rio Grande do Sul para apoiar os municípios afetados pelo desastre. Neste mês, um grupo esteve no estado, esclareceu dúvidas técnicas e ajudou na elaboração de planos de trabalho para garantir mais recursos para a reconstrução de infraestruturas públicas destruídas e demanda habitacional.

“A pedido de alguns municípios, fomos ao Rio Grande do Sul para verificar a demanda habitacional. Ao lado de assessores da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev), contratados para atuar na elaboração dos planos de trabalho, fizemos visitas importantes”, disse o coordenador de habitação e ações estratégicas do Departamento de Obras de Proteção e Defesa Civil (DOP) da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), Ademar Lopes.

O coordenador ressaltou a força-tarefa da Defesa Civil Nacional. “Temos vários planos de trabalho aprovados para habitação. Além disso, temos planos complementares que estão sendo elaborados, motivo pelo qual estivemos em campo, já que são unidades habitacionais mais distantes dos centros urbanos. Nós já atingimos um número expressivo de aprovações e continuaremos para que toda a demanda habitacional elegível seja atendida”, completou.

Da mesma forma, a coordenadora-geral de reconstrução e ações estratégicas do DOP/Sedec, Rosilene Vaz Cavalcanti, acrescentou que “as inspeções buscam auxiliar a área técnica na resolução de alguns problemas encontrados nos planos de trabalho que estão em análise”.

A coordenadora da Defesa Civil de Relvado (RS), Raquel Martini, disse que estava ansiosa pela visita da Defesa Civil Nacional. “Temos dificuldade na contratação de engenheiros e técnicos para fazer o levantamento das casas. A vinda da Defesa Civil Nacional foi essencial, sem essa ajuda não conseguiríamos”, afirmou.

De acordo com a coordenadora, o município teve inúmeros danos. “Muitas casas foram totalmente levadas pela enchente, outras ficaram parcialmente destruídas. Tivemos danos na infraestrutura da cidade, nas escolas, praças e, também, no interior. Os acessos foram muito afetados e as pessoas ficaram dias sem conseguir contato, completamente ilhadas”, lamentou Raquel, agradecendo o apoio da Defesa Civil Nacional. “Agora é que estamos aprendendo o que realmente é defesa civil”, concluiu.