O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que vai se reunir com atacadistas, donos de supermercados e produtores para “encontrar uma solução” que permita baratear o preço dos alimentos, situação ligada à “alta do dólar” e a “fatores climáticos”.
A alta dos preços está relacionada também à “capacidade de compra do povo”, afirma o presidente. “Na hora que há um aumento na demanda, que o povo pode comprar mais, os vendedores aumentam os preços”, declarou Lula no domingo (26), em vídeo publicado pela primeira-dama Janja.
“Vamos fazer muitas reuniões com atacadistas, com donos de supermercado, com produtores, para que a gente encontre uma solução para garantir que a comida chegue mais barata de acordo com o seu poder de compra”, continuou afirmando que serão feitas “quantas reuniões forem necessárias para tomar todas as decisões”.
Economistas preveem que a inflação dos alimentos deverá diminuir em 2025. Na última sexta-feira (24), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que Lula enfatizou que o governo não tomará nenhuma medida heterodoxa para controlar o preço dos alimentos no País, como “congelamento de preços, tabelamento ou fiscalização nos supermercados e nas feiras”.
Segundo o ministro, o governo manterá um diálogo com produtores, redes de supermercados e frigoríficos sobre sugestões de como garantir a redução nos preços dos alimentos. A ideia é criar essa ponte com o mercado que, segundo ele, é “onde os preços se realizam”.
Inflação
A prévia da inflação no Brasil desacelerou e ficou em 0,11% em janeiro de 2025, 0,23 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em dezembro de 2024 (0,34%). As maiores influências vieram dos grupos de Alimentação e bebidas, que registrou alta de 1,06% e impacto de 0,23 ponto percentual (p.p) no índice geral, e Transportes (1,01% e 0,21 p.p.). A única taxa negativa veio do grupo Habitação (-3,43% e -0,52 p.p), resultado que ajudou a conter o índice no mês.
Em 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), acumula alta de 4,50%, abaixo dos 4,71% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2024, o IPCA-15 foi de 0,31%.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram resultados positivos em janeiro. No contexto da alta de preços em Alimentação e bebidas (1,06%), a alimentação no domicílio registrou variação de 1,10% em janeiro, influenciada por aumentos do tomate (17,12%) e do café moído (7,07%). No lado das quedas, destacam-se a batata-inglesa (-14,16%) e o leite longa vida (-2,81%).