A médica Denise Müller, que preside a Associação de Prevenção do Câncer de Colo de Útero (APCOLU), esteve na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul na segunda-feira, dia 17, onde solicitou apoio do Legislativo para o projeto para elevar índices de proteção contra câncer de colo no útero. O pedido foi feito ao presidente do Legislativo, Gerson Trevisan (PSDB), que agendou o encontro.
A médica, por intermédio da APCOLU, pretende alcançar no município a meta de vacinação preconizada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e o Programa Imuniza Escola, buscando vacinar 80% de adolescentes entre 9 e 14 anos, contra o HPV.
“Minha ideia é sensibilizar e mobilizar funcionários de escolas e familiares sobre a importância da repercussão da vacina do HPV na redução de seis tipos de câncer relacionados ao vírus e a possibilidade de erradicação do câncer do colo de útero para a própria geração, além de incentivar o auto cuidado e lembrar à família a importância do seu papel no cuidado da saúde da criança e do adolescente, denominado Polonese APCOLU”, destaca a médica.
Segundo dados do Imuniza Escola, que leva em conta apenas dados das escolas públicas da rede estadual em Santa Cruz do Sul, atualmente o percentual de cobertura está em 63,62%. Denise Muller pretende realizar palestras com pais e funcionários das escolas, além de estabelecer uma parceria com a prefeitura para promover o Dia de Vacinação HPV na escola.
“É muito importante esta campanha, pois a vacinação é um ato preventivo, que vai livrar as crianças e adolescentes – futuros adultos – de seis tipos de câncer, em especial, o câncer do colo do útero”, ressaltou.
APCOLU
A Associação de Prevenção do Câncer de Colo do Útero é uma instituição sem fins lucrativos que tem como propósito levar informações qualificadas à comunidade, que permitirá que, no futuro, possamos diminuir os índices dessa doença.
Em termos nacionais, no Brasil, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) se engajou na responsabilidade de contribuir para atingir as metas previstas até 2030. A adoção da “Estratégia Global para Acelerar a Eliminação do Câncer de Colo do Útero, como um Problema de Saúde Pública”, da OMS, é baseado em três pilares. A garantia de que 90% das meninas recebam a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) até os 15 anos de idade; 70% das mulheres realizem um exame de rastreamento com teste efetivo até os 35 e outro até os 45 anos de idade; e 90% das mulheres identificadas com lesões precursoras ou câncer invasivo recebam tratamento.
Segundo a médica Denise Müller, o câncer de colo no útero, atualmente, ocupa o terceiro lugar em número de casos de cânceres em mulheres. É a quarta causa de morte por câncer em mulheres. A cada uma hora, morre uma mulher por câncer de colo do útero no Brasil. “Estima-se que cerca de 80% da população mundial terá, ou já teve, contato com o vírus em algum momento da vida”, cita.
Trata-se de um problema de saúde pública, pois as altas taxas de prevalência e mortalidade ocorrem atingem mulheres de extratos sociais e econômicos mais baixos. “Cerca de 50% dos óbitos ocorrem sem tratamento. Além da dificuldade de acesso à rede de serviços de saúde, enfrenta obstáculos culturais, como desinformação e preconceito. Custos assistenciais extremamente elevados”, justifica Denise.
VACINA
A médica explica que existe no mercado desde 2008 uma vacina segura e sem registro de qualquer reação grave relacionada à sua aplicação. Mais de 300 milhões de doses já foram aplicadas no mundo e está disponível na rede básica de saúde (SUS) desde 2014, ao custo médio de R$800/dose na rede privada. Nas crianças de entre 9 e 14 anos são aplicadas duas doses e, para acima de 15 anos, são três doses, mas não mais disponíveis pelo SUS.
As famílias precisam se conscientizar da importância de vacinar crianças e adolescentes entre os 9 e 14 anos, enquanto o imunizante está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). “São cinco anos para vacinar. As famílias precisam lembrar dessa proteção enquanto ela é gratuita. Quando escolhemos ter filhos, assumimos um compromisso de protegê-los”, afirma.
No entanto, Denise acredita que ainda existe preconceito em torno da prevenção. “Muitas famílias relacionam a vacinação contra o HPV ao momento de falar com seus filhos sobre sexualidade. Quando a criança tem 9 anos, precisamos falar em prevenção de câncer. Esse tema não tem idade. Quanto mais cedo se toma, mais proteção a criança e o adolescente desenvolvem”, cita.
Mais informações sobre a Associação pelo contato somos.apcolu@gmail.com e nas redes sociais em @somos.apcolu.
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