Investigação apontou que o casal movimentou mais de R$ 2,5 milhões de forma ilícita
O influenciador digital Nego Di e a companheira Gabriela Souza foram denunciados pelo Ministério Público no caso que investiga a promoção de rifas virtuais pelas redes sociais.
Nego Di foi acusado de estelionato, lavagem de dinheiro e uso de documento falso, além da contravenção penal de promoção de loteria na modalidade de rifas digitais. Gabriela Souza é apontada pelo crime de lavagem de dinheiro. O casal foi alvo de operação pelo mesmo fato em julho deste ano.
Conforme o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os dois movimentaram mais de R$ 2,5 milhões de forma ilícita. Nego Di está preso, por envolvimento em outro caso de estelionato envolvendo a loja virtual Tadizuera. Gabriela Souza responde ao processo em liberdade.
A investigação apontou que o casal promovia rifas sem autorização entre novembro de 2022 e maio de 2024, em que prometia premiação em bens e dinheiro a partir de supostos sorteios. Um dos casos identificados foi o sorteio de uma Porsche Macan e R$ 150 mil em dinheiro. No entanto, antes do sorteio, o casal transferiu o veículo para terceiros, adquiriu o próprio número que seria sorteado e publicou um vídeo anunciando um vencedor fictício para a rifa, o que configurou o estelionato.
Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o promotor Flávio Duarte disse nesta quinta-feira que a plataforma usada para as rifas possibilitava que o organizador soubesse o número sorteado.
— Se foi comprado e ele quisesse continuar com a rifa, ele continuava. Se não foi comprado, que é o caso da Porsche, e ele viu depois de três meses da rifa rolando, ele viu que o número não tinha sido comprado. Ele já tinha vendido a Porsche para aquisição de outro veículo. Aí ele viu qual o número e foi ele mesmo tentar comprar aquele número. Ele comprou 300 mil bilhetes e gerou uma certa agonia, porque ele não conseguia comprar o número — explicou Duarte.
Neste caso, a rifa possuía um milhão de bilhetes a serem vendidos a R$ 0,99. Quem compra não pode escolher o número, que é definido de forma aleatória pela plataforma. Para ser o vencedor, Nego Di teria baixado o valor do bilhete para R$ 0,01 e comprado esses milhares de números até conseguir o premiado.
A investigação ainda apontou que um nome falso foi inventado para aparecer como vencedor da rifa.
Doação para afetados da enchente
A lavagem de dinheiro foi identificada a partir de valores repassados para terceiros, além da compra de veículos de alto valor e imóveis em Porto Alegre, na Serra e no Litoral. Nego Di ainda foi denunciado por uso de documento falso, pela suposta doação de R$ 1 milhão em campanha solidária para ajudar vítimas da enchente. Conforme o MP, ele doou apenas R$ 100 e divulgou um comprovante falso.
— A única doação que houve nesse dia também, foi ele mesmo, por intermédio de uma empresa que ele era sócio, de R$ 100. A investigação demonstrou que ele pegou aquele comprovante de R$ 100 e construiu um de R$ 1 milhão em cima, com mesmo número de autenticação, na mesma hora — afirmou Dutra.
Contraponto
“A defesa de Nego Di, Dilson Alves da Silva Neto e sua companheira, afirma que provará a inocência dos representados munida de provas que comprovam a licitude de seus bens, a realização de parte da doação por troca de cachê de publicidade e movimentação financeira lícita. Seus bens apreendidos foram adquiridos de forma lícita, comprovando que sua renda é compatível com seu patrimônio. Ainda, em que pese o requerimento por parte do Ministério Público de alienação antecipada dos bens, tal decisão foi suspensa a pedido da Defesa.
De janeiro a agosto, o Brasil registrou 945 casos confirmados ou prováveis de mpox. O número supera o total de casos notificados ao longo de todo o ano passado, quando foram contabilizados 853 casos. Há ainda 264 casos suspeitos da doença. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde por meio de informe semanal. De acordo com o boletim, o Sudeste concentra a maior parte dos casos de mpox no […]
Comentários da publicação (0)