Programa destaca as reflexões de meninas do campo sobre universo feminino

Dez meninas gaúchas e catarinenses do meio rural participam da oitava edição do Programa Nós Por Elas, do Instituto Crescer Legal

Abordar questões de gênero no meio rural e promover maior conscientização sobre o papel das mulheres são objetivos centrais do Programa Nós Por Elas – A voz feminina do campo, uma parceria entre o Instituto Crescer Legal e a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). O programa capacita egressas do Programa de Aprendizagem Profissional Rural, com foco especial na área de comunicação, preparando-as para se tornarem multiplicadoras de reflexões e de conhecimento para jovens rurais e a comunidade em geral, por meio de programas de rádio.

A oitava edição do Programa Nós Por Elas – A Voz Femina do Campo está em andamento desde agosto quando dez aprendizes egressas foram selecionadas. Além da participação de meninas do Rio Grande do Sul, oriundas de Novo Cabrais, São Lourenço do Sul e Rio Pardo, em 2024, o programa também contempla jovens de Itaiópolis, Santa Catarina.

Os encontros, realizados no formato online, permitem que as participantes de diferentes regiões dividam suas experiências e reflexões em torno dos desafios vividos pelas mulheres no meio rural. Na edição de 2024, as meninas se propuseram a tratar quatro temas centrais: o que é feminismo; creches no meio rural; mãe solo; e saúde da mulher.

A educadora Maria da Graça Vieira atua na formação das jovens do programa desde 2019. “É sempre muito gratificante iniciar uma nova turma e acompanhar o desenvolvimento das jovens. Noto evolução em diversos aspectos, desde a forma de se comunicarem, passando pela escolha dos temas relevantes às causas femininas e até mesmo percebendo nelas uma maior segurança ao se posicionarem nas comunidades onde residem”.

Segundo ela, as jovens são estimuladas a pesquisar e refletir sobre temas do universo feminino, escolhidos pela própria turma. O resultado é transformado em roteiros de rádio. “É muito bom olhar para trás e perceber que várias temáticas, geralmente invisibilizadas, foram para o mundo por meio dessas jovens, que deram voz às mulheres do meio rural. O rádio tem um papel educativo quando apresenta temáticas que estimulam a reflexão e que podem gerar mudanças de atitude nos ouvintes, contribuindo assim para uma sociedade mais saudável, justa e igualitária. As meninas são preparadas para usarem suas vozes visando sensibilizar os ouvintes para um mundo melhor”, pontua a educadora do Instituto.

Durante o mês de agosto, as jovens realizaram entrevistas com pessoas próximas, como mães, avós, amigas, colegas de aula, professoras, bem como exercícios de escrita de roteiro e as discussões sobre os possíveis temas para os boletins. Elas também tiveram aula com os professores do departamento de Comunicação da Unisc.

Já em setembro, elas participam de encontros virtuais e presenciais, organizados por polos. As atividades vão até o mês de outubro, quando elas devem finalizar a gravação dos boletins que serão divulgados em programas de rádio de entidades parceiras do Instituto como a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e Sindicatos representativos dos produtores rurais. Também serão disponibilizados para download no site da instituição e posteriormente disseminados em agência de notícias de rádio por meio de parceria com o SindiTabaco.

AS VOZES FEMININAS DO CAMPO 2024

Angelina Kujavski, de Itaiópolis (SC)

Cristine Rafaela Nörnberg Wolter, de São Lourenço do Sul (RS)

Eduarda Moraes de Oliveira, de Rio Pardo (RS)

Estephany Timm Treptow, de São Lourenço do Sul (RS)

Jamile Rodrigues Ferreira, de Novo Cabrais (RS)

Janaina Berwaldt, de São Lourenço do Sul (RS)

Joice Vitória Rogalski, de Itaiópolis (SC)

Júlia Cristine Dos Santos Bittencourt, de Rio Pardo (RS)

Márcia Suzane Malczewski, de Itaiópolis (SC)

Talita Alessandra Lopes, de Rio Pardo (RS)