Depois de adiamentos, governo federal sinaliza que decreto regulamentando MP 1.247 deve sair nesta quarta-feira
Ao menos 50 municípios gaúchos registravam mobilizações de máquinas e produtores rurais do movimento SOS Agro RS na manhã desta quarta-feira. Nas cidades e em beiras de rodovias, comboios se movimentam em direção a Porto Alegre, para o ato que pretende reunir cerca de 300 tratores e milhares de pessoas nesta quinta-feira, no Parque Harmonia. Ao mesmo tempo em que demonstra força para aglutinar agricultores, o movimento aguarda com expectativa a publicação de decreto federal que regulamente a Medida Provisória Nº 1.247, que estabeleceu desconto para liquidação ou renegociação de parcelas de crédito rural, mas foi considerada insuficiente para atender aos anseios do setor rural gaúcho.
Na semana passada, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse em uma live que o decreto estava pronto para ser publicado. Entidades acreditavam que a publicação poderia sair ainda na sexta-feira (2) ou na segunda-feira (5). Na terça-feira, durante a cerimônia de abertura do Salão Internacional de Proteína Animal (SIAVS) 2024, em São Paulo, Teixeira disse que o decreto sairia no mesmo dia. À noite, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse que o decreto deveria sair até esta quarta-feira. Conforme Fávaro, a União deve ampliar a prorrogação dos vencimentos de parcelas de crédito rural com vencimento até 14 de agosto.
“Sempre que vamos fazer uma mobilização tem alguma coisa para ser anunciada pelo governo federal. Mas até não termos algo concreto não vamos arredar o pé”, disse o produtor Lucas Scheffer, um dos organizadores do SOS Agro RS.
O grupo pretende manter as mobilizações depois do ato na Capital, que deve contar com a presença de líderes de entidades representativas e de autoridades políticas como o governador Eduardo Leite e parlamentares estaduais e federais. O senador Ireneu Orth confirmou participação. “Encaminhei 14 emendas à MP 1.247. Agora, temos de ver se serão aceitas todas ou se parte delas”, disse Orth. Conforme o senador, a melhor saída é negociar com o governo. “A pressão é fundamental para o governo aceitar”, disse o senador gaúcho.
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