Trump impõe taxas de 10% ao Brasil, de 34% à China e de 20% à União Europeia

Foto: WH/Divulgação

Após semanas promovendo o chamado “Dia da Libertação”, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (2) a aplicação de tarifas recíprocas para todos os países. O comunicado, feito na Casa Branca, gerou apreensão global e aumentou a expectativa de uma possível guerra comercial de grandes proporções. Em seu discurso, Trump afirmou que pretende taxar em 10% os produtos brasileiros, 34% os chineses e 20% os da União Europeia.

Segundo ele, a medida visa recuperar a competitividade da indústria americana, criar novos empregos e reduzir o déficit comercial do país, que atingiu quase 1 trilhão de dólares (R$ 5,7 trilhões) em 2024. Além disso, argumentou que as tarifas corrigiriam anos de comércio “injusto”, nos quais outros países, segundo ele, “roubaram os Estados Unidos”.

A decisão pode impactar o crescimento global e até provocar recessão em algumas economias, como México e Canadá, altamente dependentes do comércio com os EUA. No caso do Brasil, alguns setores devem ser mais afetados que outros. No mês passado, Trump já havia anunciado uma tarifa de 25% sobre todo o aço e alumínio importados pelos Estados Unidos, medida que pode refletir negativamente nas exportações brasileiras.

Durante o anúncio, Trump justificou as sobretaxas, especialmente sobre México e Canadá, afirmando que os EUA “não podem pagar os déficits” desses países. O presidente americano já havia declarado anteriormente que as tarifas cobradas pelos vizinhos sobre produtos importados dos EUA ajudavam essas nações a pagar suas dívidas internas. “Os países tiraram muita riqueza dos Estados Unidos”, afirmou.

“Hoje estamos priorizando os trabalhadores e colocando os Estados Unidos em primeiro lugar. Outros países podem nos tratar mal, mas vamos calcular o total desse tratamento nas tarifas”, declarou. Trump também voltou a criticar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), alegando que o país “perdeu muito dinheiro” com o pacto. Ele repetiu o discurso de sua campanha eleitoral, afirmando que o Nafta foi um dos responsáveis pela perda de quase 4 milhões de empregos nos Estados Unidos.

Fonte: O Sul