Segundo estimativa da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), nove em cada dez indústrias do Estado foram afetadas pelas enchentes e levarão, pelo menos, três anos para se recuperar.
“Muitas empresas estão embaixo da água sem saber o tamanho do prejuízo e aquelas que não foram atingidas pelas águas enfrentam problemas para operar porque não conseguem receber nem insumos, nem matéria-prima para continuar trabalhando e não conseguem escoar sua produção porque a nossa malha viária do estado simplesmente desapareceu”, explicou o presidente em exercício da federação, Arildo Bennech Oliveira.
Conforme o levantamento realizado pela Fiergs, as atividades industriais mais afetadas são a do Vale dos Sinos, a da região metropolitana e a Serra Gaúcha.
Se for levado em consideração o valor adicionado bruto (VAB), que é o resultado da diferença entre o valor da produção e o consumo intermediário, a região mais afetada é a metropolitana, que tem VAB de R$ 108 bilhões. Em seguida aparecem o Vale do Sinos, com R$ 65 bilhões, e a Serra Gaúcha, com R$ 47 bilhões de VAB.
A região metropolitana possui 8 mil indústrias, que totalizam 128 mil empregos, com foco na produção de veículos, autopeças, derivados do petróleo e alimentos. No Vale dos Sinos, o foco é a fabricação de calçados. E na região da serra, o de móveis.
Diante da situação, representantes da entidade entregaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um documento com uma série de reivindicações para ajudar o setor. Na última sexta-feira (17), o grupo também esteve com o vice-presidente, Geraldo Alckmin.
“Nós somos a quarta economia do País e temos 6% do PIB [Produto Interno Bruto] Industrial do Brasil. É um Estado importante para a federação e nós estamos precisando de ajuda para poder passar por esse momento”, completou Oliveira.
Na lista de pedidos, estão: a desburocratização dos processos de ajuda, a anistia ou prorrogação de impostos, além de linhas de crédito para reconstrução das indústrias.
Também foi solicitado que o governo federal institua um programa emergencial de manutenção de emprego e renda, nos moldes do que ocorreu durante a pandemia de Covid-19.
“[Estamos com] todo o empenho para a gente, rapidamente, recuperar a atividade da indústria e manter o emprego na região. Foi colocado a questão do crédito e o presidente Lula tem falado que não faltarão recursos para ajudar a recuperar o Rio Grande do Sul. Já conversamos com o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] e vamos conversar com a Fazenda. Há que se definir a questão dos juros, fundo garantidor e as linhas de crédito, que devem ser para tudo, desde capital de giro, recomposição de máquinas, equipamentos, enfim toda a área de reconstrução”, afirmou Alckmin após o encontro.
Quanto às exportações, apenas da Indústria de Transformação em cidades potencialmente afetadas, se destacam as regiões Sul, com 3,7 bilhões de dólares; metropolitana, com 3,2 bilhões de dólares; central, com 3,1 bilhões de dólares, e planalto, com 2,7 bilhões de dólares.
Em relação à arrecadação de ICMS, as regiões com maior impacto potencial em estabelecimentos industriais são Vale dos Sinos, com um total de R$ 5,3 bilhões, Serra, R$ 3,5 bilhões, e metropolitana, R$ 3,1 bilhões.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com oito ministros nesse sábado (18) no Palácio da Alvorada para fazer um balanço das ações do governo federal de ajuda à reconstrução do Rio Grande do Sul e para discutir medidas a serem adotadas. Após o encontro, houve um almoço em que o presidente brindou seus dois anos de casamento com a primeira-dama Janja Lula da Silva. A atividade […]
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