Na noite dessa quinta-feira (2), a água do Guaíba chegou a 3,37 metros no cais do Centro Histórico de Porto Alegre, maior nível desde a enchente de 1941. A chuva incessante e o fluxo de outros rios gaúchos ampliou o risco de um índice próximo de 5 metros já nas próximas horas: caso a projeção se confirme, a cidade terá novo recorde de enchente desde o início de seu povoamento pelo açorianos, em 1752.
A projeção foi repercutida pelo governador Eduardo Leite em transmissão virtual realizada à noite e já havia sido cogitada por especialistas. Para piorar o cenário, a Defesa Civil municipal divulgou novo alerta indicando grandes volumes de precipitação até o meio-dia da próxima segunda-feira (6).
Todas as comportas do sistema de contenção que costeia a orla da Capital até a Zona Norte foram fechadas. Por trás da estrutura, espaços como os armazéns do Cais já repetem as cenas de alagamento que preocuparam autoridades e população em setembro e novembro do ano passado.
“Estamos atuantes de forma ininterrupta em toda a cidade, mas pedimos atenção especial da população do Centro Histórico e 4º Distrito [Zona Norte]”, declarou o prefeito Sebastião Melo. “Evitem deslocamentos. O Guaíba está avançando e, apesar do fechamento das comportas do Cais Mauá, há chance de alagamentos nessas áreas.”
A situação motivou a prefeitura a decretar estado de calamidade pública, no fim da tarde, classificando o desastre climático como de nível 3 (grande intensidade). Com a medida, a administração municipal está autorizada a empregar todos os recursos materiais e humanos no atendimento emergencial à população e restabelecimento de serviços prioritários.
A Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) registra mais de 300 pessoas acolhidas em abrigos temporários. Na lista estão 238 moradores das região das Ilhas do Guaíba e que estão no centro de eventos Pepsi On Stage, próximo ao Aeroporto Internacional Salgado Filho (Zona Norte).
Já o Centro Social Padre Pedro Leonardi, no bairro Restinga, recebe 46 cidadãos, enquanto o Clube dos Correios, na Ponta Grossa, atende outros 20. Ambas as unidades estão localizadas na Zona Sul.
Cheias históricas
– 1873: 3,50 metros.
– 1914: 2,60 metros.
– 1928: 3,20 metros.
– 1936: 3,22 metros.
– 1941: 4,75 metros.
– 1967: 3,13 metros.
– 1984: 2,60 metros.
– 2015: 2,94 metros.
– 2016: 2,65 metros.
– 2023 (setembro): 3,18 metros.
– 2023 (novembro): 3,26 metros.
– 2024 (maio): 3,37 metros.
Fonte: O Sul
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